Em uma esquina simbólica, na rua XV de Novembro com a rua João Negrão, no centro de Curitiba, aproximadamente 1.500 pessoas reuniram-se para o Dia Nacional de Lutas. No local estão o prédio histórico dos Correios, do INSS e da Universidade Federal do Paraná. Neste local as principais centrais sindicais do Paraná deram o recado para o governo golpista, empresários e ao Congresso Nacional: os trabalhadores não aceitarão retirada de direitos, privatização das estatais e quaisquer retrocessos sociais.
“Há uma tentativa clara de avançar sobre os direitos sociais, sobre as nossas estatais e fundamentalmente, sobre os direitos dos trabalhadores. Mas este ato, que acontece simultaneamente em todo o Brasil, é um recado claro. A classe trabalhadora não aceitará, de forma alguma, retrocessos em nossos direitos. Nenhum direito a menos. Nenhuma privatização”, afirmou a presidenta da CUT no Paraná, Regina Cruz.
O avanço sob direitos sociais, especialmente dos trabalhadores, é uma consequência do golpe que está em curso no Brasil. De acordo com o secretário nacional da CUT, Roni Barbosa, esse é o rumo natural do projeto de poder do grupo que tomou de assalto a república. “Eles não estão aplicando um golpe na Dilma, o golpe é contra nós. Eles estão visualizando a retirada de direitos trabalhistas, do direito previdenciário. O presidente da CNI já propôs que a jornada de trabalho seja de 80 horas. Teríamos que trabalhar de segunda a sábado 12 horas por dia e no domingo mais 8 horas para cumprir essa jornada”, denunciou.
Para impedir o avanço dos empresários e dos parlamentares financiados por eles, as centrais sindicais começam a organizar atos públicos que denunciem claramente os reflexos destas ações para os trabalhadores. Para o vice-presidente da Força Sindical no Paraná, Sérgio Butka, o golpe é resultado de uma articulação das elites. “Este governo entrou pela porta dos fundos e o que acontece agora nada mais é que uma grande artimanha do capitalismo brasileiro. Eles querem a precarização da jornada de trabalho, dos direitos sociais e dos direitos trabalhistas”, afirmou.
Neste caminho para escancarar as ameaças, segundo os dirigentes, está o fortalecimento da unidade entre as entidades sindicais. “Temos posições diferentes, mas todos nós temos, primeiramente, que defender a classe trabalhadora. O Governo Temer todos os dias piora as nossas condições de vida e de trabalho. Enquanto as olímpiadas acontecem, deputados aprovam a precarização do serviço público e a retirada de direitos trabalhistas“, garantiu a representante da CSP Conlutas, Carla Cobalchini.
O dirigente da Nova Central Sindical, Denilson Pestana, reforçou a importância da unidade entre as organizações e os trabalhadores. Para ele, o objetivo é aglutinar forças e seguir denunciando o golpe e as suas consequências. “Não podemos permitir a redução de direitos previdenciários, o fim da política de valorização do salário mínimo, o aumento da jornada de trabalho e o congelamento dos rendimentos dos servidores públicos. Precisamos avançar e não permitir a redução de investimentos na saúde e na educação”, argumentou.
Fonte: http://www.cutpr.org.br/destaques/2013/dia-nacional-de-luta-e-recado-de-unidade-da-classe-trabalhadora