Desenvolver metodologias de venda ou até idealizar novos produtos vai além de uma equipe técnica preparada. Para conseguir atingir um público-alvo mais amplo, empresas devem encontrar o equilíbrio de gerações entre funcionários e prezar por uma visão que englobe todas as faixas etárias.

Como exemplo disso, empresas como AzimuteMed e Dotz lançaram programas de seleção com foco em profissionais mais velhos para conseguir complementar suas equipes.

“Acreditamos que um ambiente com diversidade oferece uma troca de múltiplas perspectivas e contribui na geração de resultados”, afirma o diretor de gente e gestão da empresa de fidelização Dotz, Fábio Sant’Anna.

Atualmente, 70% dos funcionários da empresa têm entre 25 e 35 anos e a ideia do programa ‘Geração Sênior’ é mudar essa proporção e incentivar a contratação de pessoas com mais de 55 anos. Segundo o executivo, o programa é piloto e ainda não existe uma meta (proporcional) a ser atingida. “É um projeto experimental com grandes perspectivas de continuidade. Mas vai depender da experiência das pessoas [nesta primeira seleção].”

Na primeira fase da seleção, a Dotz teve 1.512 candidatos interessados. No entanto, haverá apenas duas vagas para o piloto. “Mas não descartamos a possibilidade de achar alguém com plena aderência [à empresa] e alterar o número de vagas”, explica. O programa terá duração de seis meses, podendo ser renovado por mais seis e até chegar a uma contratação efetiva.

Para conseguir ter sucesso na adaptação dos novos membros da equipe, os escolhidos participarão de um período de integração funcional antes de exercer as atividades. A seleção deve terminar ainda em julho.

A AzimuteMed também tem visto valor na contratação de pessoas com mais de 50 anos. Por isso, abriu quatro vagas direcionadas para profissionais da saúde nesta faixa etária.

O processo já está aberto e em fase de seleção, com início previsto para 1o de agosto. Os escolhidos trabalharão na área de atendimento dos programas de saúde oferecidos pela empresa, para ajudar pacientes em tratamento de doenças raras e crônicas. Segundo a sócia da AzimuteMed Luciana Lauretti, o motivo é simples: pessoas com mais maturidade têm mais facilidade de resolver e lidar com problemas alheios, além de ter mais empatia. Das quatro vagas abertas, duas são para enfermeiros graduados e duas para formação técnica na área da saúde, todas na cidade de São Paulo.

Desafios

Na Basf, as pessoas com mais de 50 anos são 12% dos funcionários. É o mesmo percentual na faixa de jovens entre 18 e 24 anos. As outras faixas etárias estão divididas de 25 a 29 anos (17%), de 30 a 39 anos (35%) e de 40 a 49 anos (11%). “Sem diversidade a visão da empresa pode ser parcial. Empresas muito jovem tendem a desenvolver produtos com apelo para esse público. Não é regra, mas é um risco”, diz a gerente de desenvolvimento de talentos e diversidade da Basf para a América do Sul, Vivian Navarro.

De acordo com ela, hoje, a divisão etária da empresa é satisfatória. O desafio, no entanto, é conseguir lidar com muitas gerações em um ambiente de trabalho. “Cada vez que você trabalha com perfis diferentes tem o desafio da agilidade, porque é mais fácil trabalhar com quem é parecido com você mesmo. Temos sempre que quebrar padrões”, aponta.

Segundo a executiva, enquanto o funcionário jovem é muito ansioso e quer reinventar todos os processos, o sênior tem mais dificuldade de se abrir com os mais jovens e de alterar sua forma de trabalho. Para superar isso, a Basf desenvolveu dois programas: o mentoring (de orientação) e o Twinning Program (encontros entre profissionais de diferentes gerações e níveis hierárquicos da empresa).

No Twinning Program, participam cerca de, 11 duplas que se reúnem durante um ano em locais de sua preferência. “O programa tem gerado mais exposição para os jovens. Tanto que aumentamos o número de lideres com 25 anos. A média fica entre 35 e 45 anos”, diz.

Já para a geração sênior, um dos aprendizados tem sido encontrar novas formas de comunicar-se com a equipe. Segundo o vice-presidente de compras da Basf, Marcelo Leonessa participar do programa fez com que seu posicionamento perante a equipe melhorasse. “É importante atualizar-se e conhecer o ambiente que a equipe vive atualmente.”

Para ele, outro beneficio é o ganho de produtividade. “São novas formas de atingir o resultado”, analisa. Além de conseguir um melhor ambiente de trabalho, Leonessa aponta que as ações têm ajudado na análise dos problemas e desenvolvimento de novos projetos. “Muitos participantes aplicam o que foi discutido no encontro e têm resultado positivo.”

Fonte: http://www.dci.com.br/gestao-e-carreira/diversidade-etaria-ajuda-no-ganho-de-produtividade-id562257.html

 

 
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